A sustentabilidade é um conceito fundamental moldado pelos seus pilares ambiental, econômico e social, e pode estar presente em nosso cotidiano de várias maneiras, seja ao apagar a luz, separação do lixo ou até nos nossos hábitos de consumo. Mas nem sempre foi assim…
Essa pauta começou a ser discutida em escala global a partir de 5 de julho de 1972, na Conferência de Estocolmo, a qual reuniu diversos líderes mundiais da época para discutir sobre temas ambientais, entre eles definir medidas de proteção ambiental.
Houve a necessidade dessa conferência, pois estava e até hoje está cada vez mais evidente como as atividades humanas têm deixado rastros de degradação ambiental com o passar do tempo, principalmente após a revolução industrial, período no qual as emissões atmosféricas aumentaram significativamente, principalmente pelo uso do carvão para geração de energia ou em máquinas.
FONTE: Imagem gerada por AI Copilot
Na década de 90, o termo Pegada Ecológica foi atribuído por Mathis Wackernagel e William Rees como uma das formas de medir a utilização pelo homem, dos recursos naturais do planeta. Já a Pegada de Carbono é um indicador que avalia de forma exclusiva os Gases de Efeito Estufa (GEEs) gerados e emitidos, de forma direta e/ou indireta para a atmosfera, por uma pessoa, empresa, produto ou serviço, basicamente qualquer atividade humana, e são expressos em toneladas ou quilos de dióxido de carbono (CO2), o famoso gás carbônico.
A partir dessa métrica podemos controlar, avaliar e fiscalizar essas emissões e assim temos a possibilidade de compensá-las, a fim de reduzir seu impacto em escala global. Para se ter uma noção, estima-se que um único cidadão brasileiro emite em média 8 toneladas de CO2 por ano. Muita coisa né?? Imagina o mundo inteiro…
FONTE: Imagem gerada por AI Copilot (2023)
O gás carbônico é um composto químico inorgânico, que não tem cheiro nem gosto e é liberado por diversos organismos. Também é produzido em diversas atividades humanas, como na produção de cimento, queima de combustível, desmatamento, atividades agropecuárias e setor de transportes em geral, principalmente a aviação.
O excesso de CO2 na atmosfera causa danos que podem ser irreversíveis caso não sejam controlados de forma correta, basta ver o calor que sofremos todos os anos e invernos que já deixaram de ser gelados. Outro exemplo é o da camada de ozônio, que há tempos tem sido objeto de discussão. Observou-se que os GEEs emitidos pelas nossas atividades contribuem para a abertura de buracos nessa camada, o que desprotege a terra em relação aos raios solares, por consequência, intensificava o processo do aquecimento global.
O Gráfico a seguir reúne dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sobre a emissão de CO2 dos principais setores de contribuição no Brasil, no ano de 2020, em porcentagem.
Fonte : MCTI (2020)
LULUCF é a sigla em inglês para “uso da terra, mudança no uso da terra e florestas”, e em questão de quantidade, nesse setor foram emitidas 637,04 milhões de toneladas de CO2 em 2020, representando 38% do total das emissões anuais. Em segundo lugar temos o setor Agropecuário com 477,67 milhões de toneladas de CO2, representando 28,5%. E o terceiro setor mais impactante é o de Energia, que emitiu 389,48 milhões de toneladas de CO2, cerca de 23,2%. IPPU é o setor de “processos industriais e uso de produtos” com 6,1% e o setor de Resíduos com 4,2%.
Esses números demonstram que temos um problema a resolver e que a engenharia pode desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento de soluções sustentáveis para as questões voltadas aos GEEs. Além de promover práticas que evitem os danos mencionados, a engenharia executa estudos aprofundados, cria metodologias e tecnologias que possam auxiliar na mitigação e controle de impactos ambientais, assim como na redução das emissões. Esse é o elo entre o desenvolvimento da sociedade, a promoção de um meio ambiente equilibrado e melhoria da qualidade de vida.
Boa parte das atividades que realizamos emitem gases indiretamente e pode ser que existam outras alternativas para redução dessas emissões. Um exemplo seria o envio de resíduos sólidos orgânicos a aterros, sendo que se fossem enviados à compostagem, além de dar um destino mais nobre aos resíduos, a emissão de gases é consideravelmente menor.
Uma outra reflexão interessante é sobre qual o nosso papel como cidadão sobre esse tema? Aqui estão algumas práticas que você como pessoa ou como empresa pode aderir para diminuir suas emissões de GEEs na atmosfera e contribuir para um meio ambiente mais saudável:
Para Você:
Optar por meios de transporte mais sustentáveis, como bicicletas, transporte público ou carros elétricos;
Reduzir o consumo de carne e escolher opções alimentares orgânicas;
Comprar produtos locais para reduzir a pegada de carbono associada ao transporte de alimentos;
Praticar a reciclagem e a compostagem;
Minimizar o uso de produtos descartáveis e preferir produtos reutilizáveis;
Utilizar lâmpadas LED e eletrodomésticos energeticamente eficientes;
Desligar aparelhos eletrônicos quando não estiverem em uso.
Para sua Empresa:
Investir em tecnologias e sistemas de gestão que melhorem a eficiência energética em instalações e processos industriais. Como a transição para fontes de energia renovável, por exemplo a solar e a eólica;
Compra de créditos de energia renovável;
Investir em projetos de compensação de carbono;
Otimizar rotas de transporte;
Implementar políticas de redução, reutilização e reciclagem de resíduos;
Buscar maneiras de minimizar o desperdício durante a produção;
Visar a economia circular nos processos dos produtos e serviços da sua companhia.
FONTE: Imagem gerada por AI Copilot (2023)
Assim como nós aqui da MF Engenharia Urbana, você também pode prezar pela sustentabilidade em todos os processos, se atentando às novas tecnologias e normas ambientais vigentes para as suas atividades, para assim promovermos um planeta melhor para as presentes e futuras gerações.
Fique ligado nas nossas redes sociais para adquirir mais conhecimentos como esses sobre Engenharia e Sustentabilidade.
Até a próxima !!! 🙂
Escrito e publicado por Carlos Eduardo Moraes de Oliveira.
BÔNUS:
Aqui está um mapa que mostra de forma visível as emissões de CO2 em cada município brasileiro no ano de 2022, dividido por setor. Note que quanto maior o círculo colorido, maior a quantidade emitida.
Mapa de Emissões de “CO2e (t) GTP-AR4” em 2022 por município brasileiro
FONTE: SEEG
Aqui podemos ver o ranking de emissões de CO2 por estado brasileiro, também dividido por setor de contribuição.
Ranking de emissões em toneladas de carbono equivalente (tCO2e) por estado brasileiro
FONTE: SEEG
Acesse https://plataforma.seeg.eco.br/ para mais dados como esses sobre emissões atmosféricas.
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